Só com um começo, é possível um caminhar...

Para os que bem me conhecem e os que pouco me conhecem, uma breve contextualização do texto abaixo: eu o escrevi após ler o e-mail “E nós contamos os corpos” e ver belas e comoventes fotos de crianças em um CD* enquanto fazia minha reflexão na manhã de segunda (dia 23/07/07). Fiquei instigada a manifestar o que se passa em meu coração. Não são apenas palavras, é uma busca constante por um estilo de vida. Por vezes, eu cometo erros e me perco em minha opção. Mas não busco a perfeição, continuo no caminho deste estilo de vida. Segue o meu texto, escrito com o coração e simplicidade.
(* Filho do Céu - Pe. Fábio de Melo)

Só com um começo, é possível um caminhar...
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Um milagre ou vários milagres. Talvez seja isto o que cada um de nós espera ao se deparar com uma situação que se repete há anos, muitos anos: muitas posses e poder para poucos X miséria para muitos. Será que isto começou do pecado original? Um desejo pelo que não se pode ter, quebra de regras sociais, da paz, do amor.

Uma inquietação me acompanha: o que eu posso fazer para colaborar com a mudança? O que cada um de nós pode fazer? Há os que muito lutam, muito pregam, muito rezam, muito oram, muito refletem, muito protestam, mas que muito pouco fazem em seu viver e, nas 24 horas de seu dia, se perdem em gestos de falta de amor, falta de compreensão, egoísmo, inveja. Para que MUITO lutar, pregar, rezar, orar, refletir, protestar, se o POUCO que se poder fazer, não é feito?!

Nem sempre sabemos como praticar o bem que desejamos, mas é preciso tentar, se esforçar e arriscar.

Se, na minha pequenez, não posso mudar o que está ruim, posso colaborar para melhorar. Já fiz muito e pouco, por vários e por poucos, por muito e por pouco tempo. Sei que posso mais que isso. Continuo a caminhar a fim de encontrar este "mais que isso". Se cada um ou todos nós fizéssemos muito ou pouco, por vários ou por poucos, por muito ou por pouco tempo, uma MUDANÇA aconteceria.

Imaginemos algo bem simples: ver as ruas limpas é algo que parece impossível, mas é simples. Comecemos por mim: eu não jogo lixo na rua. É tão fácil não jogar. Se todos o fizessem REALMENTE as ruas ficariam sempre limpas. É simples e real!

E como podemos colaborar?

No trabalho, no ônibus, no trânsito, nas ruas, nas lojas, em todo lugar, a todo tempo.
Um sorriso! Que tal?!
Um “BOOOOM DIIIIIA FLOR DO DIA”. (Como é bom escutar minha querida amiga a dizer-me isso logo cedo!).
Um olhar de ternura.
Um gesto de amor, de carinho.
Ficar atento a quem está ao nosso lado.
Vamos colaborar!
Vamos nos ajudar!
Ajudar a carregar as sacolas pesadas de alguém que passa.
Ter calma com que manifesta irritação.
Sorrir, especialmente, para quem está triste ou não saber sorrir.
Sorrir para todos!!
Abraçar quem precisa de carinho.
Abraçar-nos sempre.
Ser educado, por gentileza, por favor, muito obrigada, com licença.
Cumprimentar-nos: bom dia, boa tarde, boa noite, olá, até logo.
Agradecer, reconhecer, elogiar.

Lembrar que erramos e também acertamos – então, façamos do perdão uma atitude presente em nossas vidas, frutos do amor e da compreensão.

Afeto, alegria, carinho, caridade, amor.

Fazer destas palavras e sentimentos uma constante desde o primeiro minuto de segunda-feira até o último minuto de domingo, em todo tempo, em todo lugar, com todos. Contagiar-nos com sorrisos, amor e paz.

Cada um com seu grão de areia, na construção de um lugar para viver os nossos sonhos, um tempo e um lugar para a VIDA.

Só com um começo, é possível um caminhar... e uma mudança.

Um abraço bem carinhoso a todos.
Letícia Capelão.
23 de julho de 2007.