quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O que as mulheres querem?


Amor, sexo, companheirismo, filhos, realização profissional, corpo perfeito?

Umas querem amor,
outras querem amor e sexo.
algumas querem só sexo.
(Arrisco-me a dizer que preferiam amor a sexo).
Umas querem filhos,
outras querem filhas,
algumas não querem filhos, nem filhas.
Umas querem somente a realização profissional.
Independentes, felizes e resolvidas.
Outras querem somente a realização pessoal.
Um amor, uma família, um lar.
E algumas querem a realização profissional e pessoal.

Umas buscam as clínicas de estética para um corpo perfeito,
outras buscam a saúde perfeita do corpo.
Umas querem as maquiagens para se destacar ou se esconder,
outras querem realçar a beleza natural,
algumas ainda não identificaram a sua própria beleza.
Umas querem se vestir bem,
outras se vestir e se sentir bem.
Umas querem sucos e comida natural,
outras querem coca-cola e batata frita com catchup.

Umas querem aparecer, reluzir, por vezes, ofuscar,
outras querem ser, resplandecer e acalmar.
Umas querem sol, vento, água e montanhas,
outras querem lojas, acessórios, vitrines.
Umas querem se conhecer,
outras querem conhecer os outros.
Umas querem o brilho nos olhos,
outras querem o brilho das jóias.
Umas querem ser amadas,
outras preferem somente amar.
Algumas querem amar e serem amadas.

Há também mulheres que
querem o que umas e as outras querem
e conseguem atingir um equilíbrio.
São um pouco ou muito
de umas e outras e algumas.

Toda mulher traz em si um romantismo,
um desejo de amar e ser amada,
de receber flores (mesmo que não goste de flores),
de ouvir palavras de carinho,
de ser tratada com zelo e cuidado.
Mesmo que seja um estilo de mulher ácida,
como bem diz Vinícius...
"Uma mulher tem que ter qualquer coisa além de beleza.
Senão é como amar uma mulher só linda. E daí?"

(Letícia Capelão)

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Somos heróis


Cada um de nós é um herói. Isso é um dote.

Temos um chamamento para a aventura. Recusamos. Segue-se uma crise. Não podemos voltar atrás - e atendemos ao chamado. Juntamos auxiliares, professores, guias. E cruzamos o limiar do desconhecido. Perdemos a nossa identidade e afundamos num abismo, no nadir, na barriga da baleia.

E emergimos.

Começamos a viajar de volta para casa, para aquilo que conhecemos - cruzando de volta a fronteira.

Nós voltamos. Transformados.

(Joseph Compbell)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Prece

Essa emociona. Talvez somente quem já tenha convivido com estas sensações.. talvez não.. Não sei. Eu sei que me emocionei e me emociono.

(Escrito por uma Pessoa com a doença de Alzheimer).
Fonte: Harmonia de Viver

Queridos familiares e amigos procurem, por favor, compreender
o que sou hoje, e não somente lembrar como eu era no passado.

Estou só, preso como meus medos, meu esquecimento.

Perdoe-me quando sou agressivo.
Por que faço isto?
O que aconteceu comigo?
Não consigo lidar com este mundo estranho.
Sinto-me ameaçado.
Estou com muito medo.

Fale suavemente, se aproxime devagar.
Repita de novo e de novo o que quer de mim
Estes emaranhados no meu cérebro atrapalharam o meu mundo.

Seja paciente, pois eu realmente os amo,
E preciso da sua ajuda e do seu amor.
Tanto, tanto...

Seu familiar e amigo com a Doença de Alzheimer.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Cabeça, coração e ser

"O coração pode criar problemas para a cabeça. O coração não entende nada de lógica."

(Osho - Intuição)

Inteligência

"Use sua inteligência para procurar as coisas onde elas estão, mesmo se estiver escuro.
- Olhe para dentro."

(Osho)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O único defeito da mulher

Texto de Sérgio Gonçalves, redator da Loducca, publicado no jornal da agência.

"Se uma memória restou das festinhas e reuniões de familiares da minha infância, foi a divisão sexual entre os convivas: mulheres de um lado, homens do outro.

Não sei se hoje isso ainda ocorre. Sou anti-social ao ponto de não freqüentar qualquer evento com mais de 4 pessoas, o que não me credencia a emitir juízo.

Mas era assim que a coisa rolava naqueles tempos. Tive uma infância feliz: sempre fui considerado esquisito, estranho e solitário, o que me permitia ficar quieto observando a paisagem.

Bom, rapidinho verifiquei que o apartheid sexual ia muito além das diferenças anatômicas.

A fronteira era determinada pelos pontos de vista, atitude e prioridades.

Explico: no "córner" masculino imperava o embate das comparações e disputas. "Meu carro é mais potente, minha TV é mais moderna, meu salário é maior, a vista do meu apartamento é melhor, meu time é mais forte, eu dou 3 por noite" e outras cascatas típicas da macheza latina.

Já no "córner" oposto, respirava- se outro ar. As opiniões eram quase sempre ligadas ao sentir. Falava- se de sentimentos, frustrações e recalques com uma falta de cerimônia que me deliciava.

Os maridos preferiam classificar aquele ti-ti- ti como fofoca. Discordo. Destas reminiscências infantis veio a minha total e irrestrita paixão pelas mulheres.

Constatem, é fácil.

Enquanto o homem vem ao mundo completamente cru, freqüentando e levando bomba no be-a-bá da vida, as mulheres já chegam na metade do segundo grau.

Qualquer menina de 2 ou 3 anos já tem preocupações de ordem prática. Ela brinca de casinha e aprende a dar um pouco de ordem nas coisas. Ela pede uma bonequinha que chama de filha e da qual cuida, instintivamente, como qualquer mãe veterana. Ela fala em namoro mesmo sem ter uma idéia muito clara do que vem a ser isso.

Em outras palavras, ela já chega sabendo. E o que não sabe, intui.

Já com os homens a historia é outra. Você já viu um menino dessa idade brincando de executivo? Já ouviu falar de algum moleque fingindo ir ao banco pagar as contas? Já presenciou um bando de meninos fingindo estar preocupados com a entrega da declaração do Imposto de Renda? Não, nunca viram e nem verão. Porque o homem nasce, vive e morre uma existência infanto juvenil. O que varia ao longo da vida é o preço dos brinquedos.

Aí reside a maior diferença. O que para as meninas é treino para a vida, para os meninos é fantasia, e competição. Então a fuga os acompanha o resto da vida, e não percebem quanto tempo eles perdem com seus medos. Falo sem o menor pudor. Sou assim. Todo homem é assim.

Em relação ao relacionamento homem/mulher, sempre me considerei um privilegiado. Sempre consegui enxergar a beleza física feminina mesmo onde, segundo os critérios estéticos vigentes, ela inexistia. Porque toda mulher é linda. Se não no todo, pelo menos em algum detalhe. É só saber olhar. Todas tem sua graça.

E embora contaminado pela irreversível herança genética que me faz idolatrar os ícones de cafajestismo, sempre me apaixonei perdidamente por todas as incautas que se aproximaram de mim. Incautas não por serem ingênuas, mas por acreditarem. Porque toda mulher acredita firmemente na possibilidade do homem ideal. E esse é o seu único defeito."

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Piadinhas para as crianças lerem

Fonte: http://proportoseguro.blogspot.com/search/label/Humor 
Vale a pena visitar este blog! :)

PROFESSOR : O que devo fazer para repartir 11 batatas por 7 pessoas?
ALUNO : Purê de batata, professor!

PROFESSOR : Se é você que canta, você diz "eu canto". Se é o teu irmão que canta, como é que você diz?
ALUNO : Cala a boca, Marcos !!!

ALUNO : Professor, alguém pode ser castigado por uma coisa que não fez?
PROFESSOR : Não. Claro que não !!!
ALUNO : É que eu não fiz os trabalhos de casa.

PROFESSOR : Diga o presente do indicativo do verbo caminhar.
ALUNO : Eu caminho, ...... tu caminhas, ....... ele caminha...
PROFESSOR : Mais depressa!
ALUNO : Nós corremos, vós correis, eles correm...

PROFESSOR : Chovia que tempo é?
ALUNO: É tempo muito ruim, professor.

PROFESSOR: Quantos corações temos nós?
ALUNO : Dois, professor.
PROFESSOR : Dois!?
ALUNO : Sim, o meu e o do senhor.

Dois alunos chegam tarde à escola e justificam-se:
1º ALUNO : Acordei tarde, senhor professor! Sonhei que fui à Polinésia e demorou muito a viagem.
2ºALUNO : E eu fui esperá-lo ao aeroporto!

PROFESSOR : Pode me dizer o nome de cinco coisas que contenham leite?
ALUNO : Sim, professor, um queijo e quatro vacas.

Aluno de direito fazendo prova oral.
PROFESSOR : O que é uma fraude?
ALUNO : É o que o Sr. Professor está fazendo.
PROFESSOR : Ora essa, explique-se...
ALUNO : Segundo o Código Penal comete fraude todo aquele que se aproveita da ignorância do outro para o prejudicar!

PROFESSORA: Bruna, aponte no mapa onde fica a América do Norte.
ALUNA : Aqui está.
PROFESSORA: Correto !!! Agora turma, quem descobriu a América?
ALUNOS : A Bruna !!!

PROFESSORA: Bruna, mencione uma coisa importante que existe hoje e que não havia há 10 anos atrás.
ALUNA : Eu!

PROFESSORA: Agora, Bruna, me diz sinceramente, você reza antes de cada refeição?
ALUNA : Não professora, não preciso. A minha vovó é uma boa cozinheira.

PROFESSORA: Bruna, a tua composição "O Meu Cão" é exatamente igual à da tua irmã. Você copiou ????
ALUNA : Não. O cão é que é o mesmo.

PROFESSORA: Bruna, que nome se dá a uma pessoa que continua a falar, mesmo quando os outros não estão interessados?
ALUNA : Professora

Oposição, imposição, proposição e exposição

"Do ponto de vista da experiência, o importante não é bem a posição (nossa maneira de pôr-nos), nem a oposição (nossa maneira de opor-nos), nem a imposição (nossa maneira de impor-nos), nem a proposição (nossa maneira de propormos) mas a exposição, nossa maneira de ex-por-nos, com tudo o que isso tem de vulnerabilidade e risco"

(Larrosa, Jorge - Linguagem e Educação depois de Babel)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Mulheres

(Luís Fernando Veríssimo)

Certo dia parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós.

Pare para refletir sobre o sexto-sentido. Alguém duvida de que ele exista?

E como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você?

E quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?

E quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40 graus, você vai pegar um avião pra São Paulo. Só meia-hora de vôo. Ela fala pra você levar um casaco, porque "vai fazer frio". Você não leva. O que acontece?
O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!

"Leve um sapato extra na mala, querido. Vai que você pisa numa poça..." Se você não levar o "sapato extra", meu amigo, leve dinheiro extra para comprar outro. Pois o seu estará, sem dúvida, molhado...

O sexto-sentido não faz sentido! É a comunicação direta com Deus! Assim é muito fácil...

As mulheres são mães! E preparam, literalmente, gente dentro de si. Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal?

E não satisfeitas em ensinar a vida elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral. Fala-se em "praga de mãe", "amor de mãe", "coração de mãe"...

Tudo isso é meio mágico... Talvez Ele tenha instalado o dispositivo "coração de mãe" nos "anjos da guarda" de Seus filhos (que, aliás, foram criados à Sua imagem e semelhança).

As mulheres choram. Ou vazam? Ou extravazam? Homens também choram, mas é um choro diferente. As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens... É choro feminino. É choro de mulher...

Já viram como as mulheres conversam com os olhos? Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar. Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar. E apontam uma terceira pessoa com outro olhar. Quantos tipos de olhar existem? Elas conhecem todos...

Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens! E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens.

EN-FEI-TI-ÇAM !

E tem mais! No tocante às profissões, por que se concentram nas áreas de Humanas? Para estudar os homens, é claro! Embora algumas disfarcem e estudem Exatas...

Nem mesmo Freud se arriscou a adentrar nessa seara. Ele, que estudou, como poucos, o comportamento humano, disse que a mulher era "um continente obscuro". Quer evidência maior do que essa? Qualquer um que ama se aproxima de Deus. E com as mulheres também é assim. O amor as leva para perto dEle, já que Ele é o próprio amor. Por isso dizem "estar nas nuvens", quando apaixonadas.

É sabido que as mulheres confundem sexo e amor. E isso seria uma falha, se não obrigasse os homens a uma atitude mais sensível e respeitosa com a própria vida. Pena que eles nunca verão as mulheres-anjos que têm ao lado. Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo. Mas elas são anjos depois do sexo-amor. É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos. E levitam. Algumas até voam. Mas os homens não sabem disso. E nem poderiam. Porque são tomados por um encantamento que os faz dormir nessa hora."

A escolha do seu par

(Stephen Kanitz)

Há trinta anos, os adolescentes encontravam o sexo oposto em bailes de salão organizados por clubes, igrejas ou pais responsáveis preocupados com o sucesso reprodutivo de seus rebentos.

Na dança de salão o homem tem uma série de obrigações, como cuidar da mulher, planejar o rumo, variar os passos, segurar com firmeza e orientar delicadamente o corpo de uma mulher. Homens levam três vezes mais tempo para aprender a dançar do que mulheres. Não que eles sejam menos inteligentes, mas porque têm muito mais funções a executar. Essa sobrecarga em cima do homem permite à mulher avaliar rapidamente a inteligência do seu par, a sua capacidade de planejamento, a sua reação em situações de stress. A mulher só precisa acompanhá-lo. Ela pode dedicar seu tempo exclusivamente à tarefa de avaliação do homem.

Uma mulher precisa de muito mais informações do que um homem para se apaixonar, e a dança permitia a ela avaliar o homem na delicadeza do trato, na firmeza da condução, no carinho do toque, no companheirismo e no significado que ele dava ao seu par. Ela podia analisar como o homem lidava com o fracasso, quando inadvertidamente dava uma pisada no seu pé. Podia ver como ele se desculpava, se é que se desculpava, ou se era do tipo que culpava os outros.

Essa convenção social de antigamente permitia ao sexo feminino avaliar numa única noite vinte rapazes entre os 500 presentes num grande baile. As mulheres faziam um verdadeiro teste psicológico, físico e social de um futuro marido e obtinham o que poucos testes psicológicos revelam. Em poucos minutos conseguiam ter uma primeira noção de inteligência, criatividade, coordenação, tato, carinho, cooperação, paciência, perseverança e liderança de um futuro par.

Infelizmente, perdemos esse costume porque se começou a considerar a dança de salão uma submissão da mulher ao poder do homem, porque era o homem quem convidava e conduzia a mulher.

Criaram o disco dancing, em que homem e mulher dançam separados, o homem não mais conduz nem sequer toca no corpo da mulher. O som é tão elevado que nem dá para conversar, os usuais 130 decibéis nem permitem algum tipo de interação entre os sexos.

Por isso, os jovens criaram o costume de 'ficar', o que permite a uma garota conhecer, pelo menos, um homem por noite sem compromisso, em vez de conhecer vinte rapazes numa noite, também sem compromissos maiores.

Pior: hoje o primeiro contato de fato de um rapaz com o corpo de uma mulher é no ato sexual, e no início é um desastre. Acabam fazendo sexo mecanicamente em vez de romanticamente como a extensão natural de um tango ou bolero.

Grandes dançarinos são grandes amantes, e não é por coincidência que mulheres adoram homens que realmente sabem dançar e se apaixonam facilmente por eles.

Masculinizamos as mulheres no disco dancing em vez de tornar os homens mais sensíveis, carinhosos e preocupados com o trato do corpo da mulher. Não é por acaso que aumentou a violência no mundo, especialmente a violência contra as mulheres. Não é à toa que perdemos o romantismo, o companheirismo e a cooperação entre os sexos.

Hoje, uma garota ou um rapaz tem de escolher o seu par num grupo muito restrito de pretendentes, e com pouca informação de ambas as partes, ao contrário de antigamente.

Eu não acredito que homens virem monstros e mulheres virem megeras depois de casados. As pessoas mudam muito pouco ao longo da vida, na realidade elas continuam a ser o que eram antes de se casar. Você é que não percebeu,
ou não soube avaliar, porque perdemos os mecanismos de antigamente de seleção a partir de um grupo enorme de possíveis candidatos.

Fico feliz ao notar a volta da dança de salão, dos cursos de forró, tango e bolero, em que novamente os dois sexos dançam juntos, colados e em harmonia. Entre o olhar interessado e o 'ficar' descompromissado, eliminamos infelizmente uma importante etapa social que era dançar, costume de todos os povos desde o início dos tempos.

Se você for mãe de um filho, ajude a reintroduzir a dança de salão nos clubes, nas festas e nas igrejas, para que homens aprendam a lidar com carinho com o corpo de uma mulher. Se você for mãe de uma filha, devolva a ela a oportunidade que seus pais lhe deram, em vez de deixar sua filha surda, casada com um brutamontes, confuso e isensível idiota.

Pela luz dos olhos teus

(Vinícius de Moraes)

Quando a luz dos olhos meus
E a luz dos olhos teus
Resolvem se encontrar
Ai, que bom que isso é, meu Deus
Que frio que me dá
O encontro desse olhar

Mas se a luz dos olhos teus
Resiste aos olhos meus
Só pra me provocar
Meu amor, juro por Deus
Me sinto incendiar

Meu amor, juro por Deus
Que a luz dos olhos meus
Já não pode esperar
Quero a luz dos olhos meus
Na luz dos olhos teus
Sem mais lararará

Pela luz dos olhos teus
Eu acho, meu amor
E só se pode achar
Que a luz dos olhos meus
Precisa se casar

Minha namorada

(Vinícius de Moraes)

Se você quer ser minha namorada
Ah, que linda namorada
Você poderia ser
Se quiser ser somente minha
Exatamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
Que ninguém mais pode ser

Você tem que me fazer um juramento
De só ter um pensamento
Ser só minha até morrer
E também de não perder esse jeitinho
De falar devagarinho
Essas histórias de você
E de repente me fazer muito carinho
E chorar bem de mansinho
Sem ninguém saber por quê

Porém, se mais do que minha namorada
Você quer ser minha amada
Minha amada, mas amada pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer

Você tem que vir comigo em meu caminho
E talvez o meu caminho seja triste pra você
Os seus olhos têm que ser só dos meus olhos
Os seus braços o meu ninho
No silêncio de depois
E você tem que ser a estrela derradeira
Minha amiga e companheira
No infinito de nós dois

Química orgânica

(Vinícius de Moraes)

Há mulheres altas e mulheres baixas; mulheres bonitas e mulheres feias; mulheres gordas e mulheres magras; mulheres caseiras e mulheres rueiras; mulheres fecundas e mulheres estéreis; mulheres primíparas e mulheres multíparas; mulheres extrovertidas e mulheres inconsúteis; mulheres homófagas e mulheres inapetentes; mulheres suaves e mulheres wagnerianas; mulheres simples e mulheres fatais; - mulheres de toda sorte e toda sorte de mulheres no nosso mundo de homens. Mas, do que pouca gente sabe é que há duas categorias antagônicas de mulheres cujo conhecimento é da maior utilidade, de vez que pode ser determinante na relação desses dois sexos que eu, num dia feliz, chamei de "inimigos inseparáveis". São as mulheres "ácidas" e as mulheres "básicas", qualificação esta tirada à designação coletiva de compostos químicos que, no primeiro caso, são hidrogenados, de sabor azedo; e no segundo, resultam da união dos óxidos com a água e devolvem à tintura do tornassol, previamente avermelhada pelos ácidos, sua primitiva cor azul.

Darei exemplos para evitar que os ínscios e levianos, ao se deixarem levar pela mania de classificar, que às vezes resulta de uma teoria paracientífica, cometam injustiças irreparáveis. Pois a verdade é que mulheres que podem parecer em princípio "ácidas", como as louras (conf. com a expressão corrente: "branca azeda", etc.), podem apresentar tipos da maior basicidade. Não é possível haver mulher mais "básica" que Marylin Monroe,* por exemplo; enquanto que Grace Kelly, que muita gente pode tomar por "básica", é a mulher mais cítrica dos dias que correm. Podia-se fazer com Grace Kelly a maior limonada de todos os tempos, e nem todo o açúcar de Cuba seria capaz de adoçá-la.

De um modo geral, a mulher "ácida" é sempre bela, surpreendente mesmo de beleza. É como se a Natureza, em sua eterna sabedoria, procurasse corrigir essa hidrogenação excessiva com predicados que a façam perdoar, senão esquecer pelos homens. Porque uma coisa eu vos digo: é preciso muito conhecimento de química orgânica para poder distinguir uma "básica" ou uma "ácida" pela cara. A mulher "ácida" tem uma consciência intuitiva da sua química, e não é incomum vê-la querer passar por "básica" graças ao uso de maquilagem apropriada e outros disfarces próprios à categoria inimiga.

Como um homem prevenido vale por dois, dou aqui, por alto, noções geográficas e fisiológicas dos dois tipos, de modo que não chupe tamarindo aquele que gosta de manga, e vice-versa. A vol d'oiseau se pode dizer que as regiões escandinavas, certas regiões balcânicas e a América do Norte são infestadas de mulheres "ácidas", no caso da América, sobretudo o Sul e Middlewest, onde há predominância do tipo one hundred per cent American. Ingrid Bergman é uma "ácida escandinava" típica e é preciso ir procurar uma Greta Garbo para achar a famosa exceção comum a toda a regra. As Ilhas Britânicas em si não são "ácidas"; mas há que ter cuidado com certas regiões da Escócia e da Irlanda, onde o limão come solto. Na França, com exceção de Paris e Île-de-France, e naturalmente da Côte d'Azur, reina uma certa acidez, sobretudo na Bretanha, Alsácia e Normandia. A Itália é "básica", tirante, talvez, o Veneto e a Sicília. Os Países Baixos são o que há de mais "ácido", Flandres ainda mais que a região fiamenga. A Alemanha é à base do araque. Há, aí, que ir mais pelo padrão psicofisiológico que pelo geográfico.

Desconfie-se, em princípio, de mulheres com muita sarda ou tache-de-rousseur. Há exceções, é claro; mas vejam só Betty Davis, * * que é de dar dor na dentina. É bom também andar um pouco precavido com mulheres, louras ou morenas, levemente dentuças. Acidez quase certa.

Felizmente, a grande maioria é constituída de "básicas", para bem de todos e felicidade geral da nação. Sobretudo no Brasil, felizmente liberto, desde alguns meses, da sua "ácida número um" - aliás de outras plagas, diga-se, o peito inchado do mais justo orgulho nacional.

* O autor congratula-se consigo mesmo de haver escrito, há dez anos, urna verdade que resulta em tão graciosa homenagem póstuma à grande estrela americana.
**Poderia ser substituída, atualmente, pela atriz Doris Day

Para viver um grande amor

(Vinícius de Moraes)

Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor.

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.

Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.

Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.

É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.

Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O assassino era o escriba

Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida
regular como um paradigma da 1a conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito assindético
de nos torturar com um aposto. Casou com uma regência.
Foi feliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas
expletivas, conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.

Paulo Leminski

Deusas gregas

"Há três deusas na Roda das Deusas com as quais o patriarcado teve dificuldades: Afrodite, Perséfone e Ártemis. Afrodite por seu eros incontido, Perséfone por seu gênio visionário e Ártemis por sua energia indomável. As três, transformadas em bode expiatório pela fantasia paranóica masculina da bruxa, foram perseguidas na Idade Média e permanecem profundamente alienadas até hoje".

(A Deusa Interior - Jennifer Barker Woolger e Roger J. Woolger)


Atena
Deusa da sabedoria e da civilização, sua cor é azul, sua energia é mental. Vive na cidade urbana.

Ártemis
Deusa da selva, sua cor é vermelha sua energia é vital. Vive nas florestas nas montanhas.

Perséfone
Deusa do mundo Avernal, sua cor é violeta, sua energia é espiritual. Ela é mediúnica e atraída pelo mundo espiritual, pelas experiências místicas.

Hera
Deusa dos céus, ela se ocupa com casamento, vive em família, Ela é deusa rainha e companheira do poder. Sua cor é amarela e sua energia é de realização poder e força pessoal.

Afrodite
Deusa da beleza e do o amor, sua cor é laranja, sua energia é erótica prazer e flexibilidade.Vive sempre próximo às pessoas, adora festas, eventos, grupos.

Deméter
Deusa das colhetas, deusa mãe, sua cor é verde, sua energia é da maternidade e amor incondicional. Vive a cuidar, de todos.

Mais info: Expressões do feminino na mitologia

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Eu adoro voar

”Não me dêem fórmulas certas,
porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim,
porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou,
não me convidem a ser igual,
porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade,
não sei viver de mentiras,
não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma,
mas com certeza não serei a mesma pra sempre!
Você pode até me empurrar de um penhasco
que eu vou dizer: - E daí? Eu adoro voar!”

(Clarice Lispector)

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Mandem

(Cidade Negra)
Composição: Toni Garrido-Da Gama-Lazão-Bino Farias

Mandem
Mensagens positivas pra cá
Onde estiver não faz mal
Estamos cá, captando o sinal
O que nos une à distância
É a vontade de estar perto

E ver o campo florescer
Épocas de paz e amor
Anunciadas pelo vento bom
Sem causar pane nem dor
Vai brilhar a luz do mundo
E vai ficar azul
E tudo vai ficar azul

Mandem
Isso vai salvar a vida
E quando tudo vai mal
Isto pode ser bom sinal
Amar supera a distância
E até o errado vira o certo
A alma tem que estremecer
E ver o campo florescer.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Somos

Passado, presente, futuro.
Ontem, hoje, amanhã.
A história de nossas vidas.
Uma colcha de retalhos.
Um novelo de lã.
Com fios que nos unem
ao que fomos,
ao que somos
e ao que seremos.

Letícia Capelão